O kapālabhāti é um dos ṣaṭkarma (trātaka, nauli, neti, dhauti e vasti os restantes) descritos no Haṭhayoga Pradīpikā como conjunto de técnicas de purificação do organismo (entenda-se, também, a sua repercussão na mente e na energia subtil).
Não só é um exercício de purificação e despertar do agni pela forte contracção da região abdominal na expiração, como limpeza incrível e descongestionamento das mucosidades que acumulamos, acumulando ama (toxicidade) no corpo.
Pessoalmente gosto de o aplicar em alguns movimentos dinâmicos e certos yogasanas (por ex., transições de palankasana (insp) para o adho mukha shvanasana (exp. vigorosa em kapālabhāti)).
Da importância de descondicionar.
Quando praticamos algo há muitos anos, também podemos precisar de aprender a largar vícios e tiques de prática, seja do que for. Mas observo que muitos "yogis" trazem muitos vícios de corpo e padrão de movimento, aquando da abordagem de outras práticas ou estímulos. Repetimos tanto o mesmo caminho q quando a dança é outra, é uma aprendizagem imensa, se nos permitirmos a tal. O corpo tem memória e a mente gosta de novos estímulos. A repetição faz parte do processo mas padrões de movimento, há taaaantos, que seria uma pena não me permitir conhecer dinâmicas complementares q fortalecem e desbloqueiam o corpo. Se eu sempre dancei tango da mesma forma naturalmente que preciso de descondicionar o corpo (mente) para experimentar jazz...
O outono celebra a sua chegada, e acrescentamos mais uma oferta ao horário, a juntar às práticas de Hatha Yoga, desta vez com a opção de Pilates, às Quintas, 10h00.
As práticas de Pilates, vivenciadas numa abordagem terapêutica e clínica, ajudam-nos nesse processo. Trabalhamos a força, mobilidade e para quem me conhece já sabe que não é nada "by the book". Como é possível aplicar a mesma metodologia e sequência de prática de pilates clássico a corpos tão diferentes? Não é. :) #naohácorposnormativos
Filipa Mora
30 Setembro 2021
